Na última segunda-feira (22), o Irã entrou na lista dos países que compram gado vivo do Brasil, de acordo com um comunicado oficial do Ministério da Agricultura. A negociação foi realizada após a autorização da organização veterinária da república islâmica, que verificou a ausência de febre aftosa e encefalopatia espongiforme bovina.
Mesmo com atos contra esse tipo de prática acontecendo no Brasil, o acordo foi feito. Conforme o ministério, o setor deve exportar ao mercado iraniano 100 mil animais por ano. Esse número pode aumentar, se as relações se intensificarem, segundo o governo brasileiro.
O Irã não é novo na exploração de seres sencientes no país. Em 2017, foi o terceiro maior comprador de bois. O país se junta, agora, a outras nações muçulmanas que importam gado vivo do Brasil para realizar o chamado abate halal.
Exportação de gado vivo: ativistas tentam acabar com a prática
No início deste ano, diversos ativistas, protetores de animais e ambientalistas verificaram as condições precárias do navio NADA. O transporte estava com 27.000 bois embarcados, expostos à sujeira, maus-tratos e alimentação inadequada.
Apesar dos esforços para que a embarcação não partisse, foi autorizado que o navio viajasse à Turquia (relembre aqui).
Após esse episódio, ocorrem diversos protestos e pressões de setores ligados à proteção animal, para que a prática fosse proibida no país. Um projeto de lei, proposto pelo deputado estadual Feliciano Filho (PRP-SP), que visa a proibição da exportação de animais vivos no estado de São Paulo, está em trâmite desde julho na ALESP (saiba mais aqui).
O PL 31/2018 tem sido vítima de embargos por parlamentares envolvidos com o setor agropecuário. Eles tentam adiar sua votação o máximo possível. No fim de julho, o presidente da ALESP anunciou que a pauta será discutida depois das eleições (veja mais aqui).
No Rio de Janeiro, a situação é parecida. O PL 3921/2018, que prevê a ilegalidade da atividade no estado do Rio de Janeiro, também está sofrendo complicações políticas (confira aqui).
*Fontes: REUTERS; Portal Brasil; Agência Brasil
*Imagem: divulgação